quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Os fósseis no Brasil:


   Os fósseis são registros arqueológicos deixados no solo ou no subsolo, são restos de animais e plantas que se conservaram de maneira natural ao longo de milhões ou até bilhões de anos.

   São conservados em sedimentos minerais, principalmente a sílica; o processo de fossilização consiste na transformação da matéria orgânica em um composto mineral, mas que não perde sua característica física. Um fóssil pode ser definido como a substituição da matéria orgânica de um animal ou vegetal por minerais. Por meio desse elemento arqueológico, o paleontólogo (profissional que estuda os fósseis) realiza descobertas de fatos que aconteceram há milhões anos.

   O elemento arqueológico em questão revela, além de restos de animais e plantas, pegadas e restos de comida. Esses registros podem ter diferentes tamanhos, variando, desde dinossauros e ancestrais humanos, até seres microscópicos, como os protozoários.

   Para a realização de estudos pré-históricos é preciso analisar os fósseis, eles são fontes imprescindíveis para desvendar acontecimentos que ocorreram em tempos distantes.
Para a datação dos fósseis, o método mais usado e eficaz é o de radioatividade. Com o auxílio de aparelhos sofisticados, os cientistas avaliam ou medem a quantidade de carbono 14, urânio e chumbo presente nesses fósseis. A partir desses dados é possível saber há quantos milhões ou bilhões de anos se formou um mineral, por exemplo, além de identificar a idade de um fóssil animal ou vegetal.

   Basicamente, existem dois tipos de fósseis, os somatofósseis (fósseis de dentes, carapaças, folhas, conchas, troncos e etc.) e os icnofósseis (fósseis de pegadas, de mordidas, de ovos ou de cascas do mesmo, excrementos, etc.).

Fósseis de animais:

   Peixes pré-históricos são vários grupos (classes) de peixes que viveram antes dos registros históricos.
   Uns poucos, dentre os quais o celacanto, ainda existem hoje (em espécies um tanto modificadas) e são considerados, numa expressão inadequada, fósseis vivos.
   Os primeiros fósseis de dinossauros encontrados no Brasil datam de 1897. Trata-se de pegadas fossilizadas descobertas na localidade de Passagem das Pedras, próximo ao município de Sousa (PB), pelo agricultor Anísio Fausto da Silva, que acreditava tratarem-se de rastros de boi e ema.
Entretanto, apenas em 1920geólogos tomaram conhecimento dos tais "rastros", que após estudados foram identificados como provenientes de dois dinossauros diferentes.
   Apesar da importância da descoberta, o material ficou esquecido por décadas, ora submerso por inundações, ora coberto por camadas de areia e cascalho.
   Em 1902 iniciavam-se formalmente as pesquisas paleontológicas na paleorrota em Santa Maria (Rio Grande do Sul), com a coleta de vestígios orgânicos petrificados pelo Dr. Jango Fischer, estudo que resultou na determinação do primeiro réptil terrestre fóssil da América do Sul, o Rincossauro, batizado por Woodward com o nome de Scaphonyx fischeri. Nas décadas seguintes apaleorrota seria visitada por importantes paleontólogos do mundo, tornado-se uma das mais importantes áreas para a paleontologia mundial.
   Ilustração de escala de tamanho do Antarctossauro comparado com um Homem
   A partir da década de 40, o paleontólogo Llewellyn Ivor Price, natural de Santa Maria (Rio Grande do Sul), realizou estudos na localidade de Peirópolis, Município de Uberaba, Minas Gerais e em pontos isolados   do oeste do Estado de São Paulo.
   Depois de Price, houve um longo período de quase total inatividade na paleontologia brasileira, só interrompido na década de 70. Foi quando o padre italiano Giuseppe Leonardi estudou o sítio de Souza e publicou um estudo afirmando que parte dos rastros ali encontrados provavelmente pertenciam a um iguanodonte medindo 3 metros de altura e pesado 4 toneladas, que viveu há 110 milhões de anos.
   Graças a esse estudo, a região passou a ser conhecida como Vale dos Dinossauros e é hoje um dos sítios paleontológicos mais importantes do mundo.
   Para o mundo da paleontologia, evento de enorme importância foi a apresentação pelo Museu Nacional da    Universidade Federal do Rio de Janeiro, no dia 28 de agosto de 2006, da réplica do maior dinossauro brasileiro denominado cientificamente de Maxakalisaurus topai.
   Para se ter uma ideia da importância científica do maior dinossauro encontrado no Brasil, veja o importante e detalhado boletim oficial do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro sobre a descoberta e as pesquisas lideradas pelo Professor e Paleontólogo Alexander Kellner:
Atualmente, o maior dinossauro brasileiro é o Uberabatitan ribeiroi.
   Ossos, dentes, ovos, pegadas e fezes (coprólitos) de dinossauros são encontrados em bacias sedimentares espalhadas por toda a área que hoje é o Brasil. Os principais sítios paleontológicos estão nas seguintes regiões: Chapada do Araripe (CE); Sousa (PB); Recife (PE); Alcântara e São Luís (MA);   Tesouro e Morro do Cambambe (MT); Prata ePeirópolis (MG); AraraquaraMaríliaMonte Alto,    Presidente Prudente e Álvares Machado (SP); Candelária e Santa Maria (RS).
   Em 2009 foram descobertos na região de Marília,SP, os primeiros fósseis de um dos mais completos titanossauros já achados no País. Escavações realizadas em 2011 e neste ano por paleontólogos do Museu de Paleontologia de Marília, Universidade de Brasília, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,   Universidade Federal do Rio de Janeiro e Fundação Educacional de Fernandópolis (SP) revelaram boa parte da coluna vertebral articulada, principalmente vértebras das costas e do pescoço, ossos da bacia, quase todas as costelas, diversas vértebras caudais, os dois fêmures, um úmero, além de dentes de crocodilianos e dinossauros terópodes. Estima-se que mediria entre 13 e 15 m de comprimento.


Fósseis de Plantas:

Cicas:
    As cicas são um grupo de plantas que existem desde a época dos dinossauros. Comparando as espécies atuais com os registros fósseis, os cientistas nunca acharam grandes diferenças e, por isso, acreditavam que as plantas ainda fossem as mesmas de centenas de milhões de anos atrás.
    Uma pesquisa publicada pela Science nesta quinta-feira (20), no entanto, desfaz a imagem de que essas plantas seriam “fósseis vivos”.
    O grupo responsável pelo estudo é liderado por Sarah Matthews, da Universidade Harvard, nos EUA, e conta com a presença do brasileiro Tiago Quental, da Universidade de São Paulo (USP). 
Eles analisaram o DNA das plantas atuais e chegaram à conclusão de que elas não têm mais que 12 milhões de anos – a maior parte delas tem entre 5 milhões e 10 milhões.

“Neste estudo utilizamos tanto sequências de DNA quanto o registro fóssil para construir o que é chamado de cronograma – uma filogenia onde os comprimentos dos ramos é proporcional ao tempo. Esse cronograma – essa filogenia – nos permite ‘voltar no tempo’ e identificar quando as espécies evoluíram”, conta Quental.

“Os resultados mostram que o ancestral comum das espécies que compõem cada um dos gêneros estudados não é mais velho do que cerca de 10 milhões de anos. Dessa forma, esse resultado mostra que as espécies vivas hoje surgiram nos últimos 10 milhões de anos, o que, no tempo geológico, é muito recente”, explica o especialista.

   Isso indica que as espécies vivas hoje não podem ser consideradas ‘fósseis vivos’ e que certamente não estavam presentes ao mesmo tempo que os dinossauros, uma vez que estes se extinguiram há cerca de 65 milhões de anos. Isso não quer dizer que não existiam cicas no tempo dos dinossauros. O que isso quer dizer é que todas as cicas que coexistiram com os dinossauros estão extintas e hoje temos outras espécies. Dessa forma, temos que enxergar as cicas hoje como um grupo que se ‘re-diversificou’, prossegue Quental.
   Um outro resultado importante do trabalho é que essa ‘re-diversificação’ das cicas nos últimos 10 milhões de anos ocorreu de forma sincronizada em todo o nosso planeta, o que sugere que um efeito global poderia ter causado esse padrão, provavelmente um efeito climático”, conclui o pesquisador. (Fonte: G1)

Hepática moderna:
   Buenos Aires: Uma equipe de cientistas argentinos e belgas descobriram no noroeste da Argentina um fóssil de 472 milhões de anos de idade da primeira planta a crescer em terra, disse um dos investigadores.
    Até o momento, os cientistas acreditavam que a primeira planta terrestre havia se desenvolvido há cerca de 462 milhões de anos atrás no Oriente Médio e Europa, mas a nova descoberta moveria essa data para trás no tempo por "cerca de 10 milhões de anos", de acordo com Susana de La Puente , que trabalha com o Instituto Argentino de neve, gelo e Pesquisa Ambiental.
   Os cientistas descobriram os esporos fossilizados da planta primitiva, chamada "criptosporos", e eles acreditam ter uma boa evidência de que a planta - uma hepática, ou seja, uma planta muito simples, que carece de caules ou raízes - é o antepassado de todos as plantas terrestres que evoluíram mais tarde.
   A investigação, que foi tornada público apenas na revista científica New Phytologist, começou em 2002 com a coleta de sedimentos da bacia do Rio Capillas, cerca de 1.500 km a noroeste de Buenos Aires.
   Nas amostras de sedimentos os cientistas encontraram fósseis de cinco tipos de esporos de cinco hepáticas diferentes, todos elas plantas terrestres, e as análises laboratoriais foram concluídas este ano.
   Os cientistas consideram que a hepática foi a primeira planta terrestre a evoluir a partir de plantas que cresciam no mar.

Glossopteris :
   Glossopteris (do grego glossa, significando "língua", porque as suas folhas tinham este formato assemelhado ao de uma língua) é o maior e mais conhecido gênero da extinta ordem de samambaias com sementes conhecidos como Glossopterídeas. Por muito tempo considerados samambaias depois de sua descoberta em 1824, mais tarde foram incluídos entre as gimnospermas. O gênero está colocado na divisão das Pteridospermatófitas.
   Glossopteris eram árvores ou arbustos lenhosos e portadores de sementes, de 4 a 6 metros de altura. Elas possuíam um interior de madeira mole que se assemelhava com as coníferas da família das atuais araucárias. Sementes e órgãos portadores de pólen nasciam em pinhas na ponta de pequenas hastes presas nas folha.    Ainda assim, algumas espécies podem ter desenvolvido sementes em estruturas parecidas com cones. As folhas podiam exceder 30 cm de comprimento.
   As Glossopterídeas se desenvolveram durante o Permiano no grande continente meridional de Gondwana.   São consideradas um fóssil guia mundial para as sequências gondwânicas e o principal conteúdo fossilífero dos carvões permianos, que são extraidos na Austrália, África do Sul e América do Sul. Estas plantas continuaram a se tornar parte dominante da flora meridional por todo o período Permiano até o começo do Triássico, entretanto se extinguiram no final deste período.
   As Glossopteris tinham a copa parecida com uma árvore de natal. Ao invés de agulhas, elas tinham folhas largas e enormes com o formato de lança ou língua que caíam no chão no final do verão. Não é sabido se as folhas trocavam de cor antes de cair mas é bem provável que sim. Os anéis fossilizados das árvores do gênero indicam que elas cresciam constantemente no verão e paravam de crescer abruptamente no inverno.

Nenhum comentário:

Postar um comentário