Os fósseis são registros arqueológicos
deixados no solo ou no subsolo, são restos de animais e plantas que se
conservaram de maneira natural ao longo de milhões ou até bilhões de anos.
São conservados em sedimentos minerais, principalmente a sílica; o processo de
fossilização consiste na transformação da matéria orgânica em um composto
mineral, mas que não perde sua característica física. Um fóssil pode ser
definido como a substituição da matéria orgânica de um animal ou vegetal por
minerais. Por meio desse elemento arqueológico, o paleontólogo (profissional
que estuda os fósseis) realiza descobertas de fatos que aconteceram há milhões
anos.
O elemento arqueológico em questão revela, além de restos de animais e plantas,
pegadas e restos de comida. Esses registros podem ter diferentes tamanhos,
variando, desde dinossauros e ancestrais humanos, até seres microscópicos, como
os protozoários.
Para a realização de estudos pré-históricos é preciso analisar os fósseis, eles
são fontes imprescindíveis para desvendar acontecimentos que ocorreram em
tempos distantes.
Para a datação dos fósseis, o método mais usado e eficaz é o de radioatividade.
Com o auxílio de aparelhos sofisticados, os cientistas avaliam ou medem a
quantidade de carbono 14, urânio e chumbo presente nesses fósseis. A partir
desses dados é possível saber há quantos milhões ou bilhões de anos se formou
um mineral, por exemplo, além de identificar a idade de um fóssil animal ou vegetal.
Basicamente, existem dois tipos de fósseis, os somatofósseis (fósseis de
dentes, carapaças, folhas, conchas, troncos e etc.) e os icnofósseis (fósseis
de pegadas, de mordidas, de ovos ou de cascas do mesmo, excrementos, etc.).
Fósseis de animais:
Peixes pré-históricos são vários
grupos (classes) de peixes que viveram antes dos registros históricos.
Uns poucos, dentre os quais o celacanto,
ainda existem hoje (em espécies um tanto modificadas) e são considerados, numa
expressão inadequada, fósseis vivos.
Os primeiros
fósseis de
dinossauros encontrados
no
Brasil datam
de
1897.
Trata-se de pegadas fossilizadas descobertas na localidade de Passagem das Pedras,
próximo ao município de
Sousa (
PB), pelo agricultor Anísio Fausto da Silva, que
acreditava tratarem-se de rastros de boi e ema.
Entretanto, apenas em 1920, geólogos tomaram
conhecimento dos tais "rastros", que após estudados foram
identificados como provenientes de dois dinossauros diferentes.
Apesar da importância da descoberta, o
material ficou esquecido por décadas, ora submerso por inundações, ora coberto
por camadas de areia e cascalho.
Em 1902 iniciavam-se
formalmente as pesquisas paleontológicas na paleorrota em Santa Maria (Rio Grande do Sul),
com a coleta de vestígios orgânicos petrificados pelo Dr. Jango Fischer, estudo
que resultou na determinação do primeiro réptil terrestre fóssil da América do
Sul, o Rincossauro, batizado por Woodward com o nome
de Scaphonyx fischeri. Nas décadas seguintes apaleorrota seria
visitada por importantes paleontólogos do
mundo, tornado-se uma das mais importantes áreas para a paleontologia mundial.
Ilustração de escala de tamanho do Antarctossauro comparado
com um Homem
A partir da década de 40,
o paleontólogo Llewellyn Ivor Price, natural de Santa Maria (Rio Grande do Sul),
realizou estudos na localidade de Peirópolis,
Município de Uberaba,
Minas Gerais e em pontos isolados do oeste do Estado de São Paulo.
Depois de Price, houve um longo período
de quase total inatividade na paleontologia brasileira,
só interrompido na década de 70. Foi quando o padre italiano
Giuseppe Leonardi estudou o sítio de Souza e publicou um estudo afirmando que
parte dos rastros ali encontrados provavelmente pertenciam a um iguanodonte medindo
3 metros de altura e pesado 4 toneladas, que viveu há 110 milhões de anos.
Graças a esse estudo, a região passou a
ser conhecida como Vale dos Dinossauros e é hoje um
dos sítios paleontológicos mais
importantes do mundo.
Para o mundo da paleontologia, evento de
enorme importância foi a apresentação pelo Museu
Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no dia 28 de agosto de 2006, da réplica do maior
dinossauro brasileiro denominado cientificamente de Maxakalisaurus topai.
Para se ter uma ideia da importância
científica do maior dinossauro encontrado no Brasil, veja o importante e
detalhado boletim oficial do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de
Janeiro sobre a descoberta e as pesquisas lideradas pelo Professor e Paleontólogo Alexander
Kellner:
Atualmente, o maior dinossauro brasileiro
é o Uberabatitan ribeiroi.
Ossos, dentes, ovos, pegadas e fezes (coprólitos)
de dinossauros são encontrados em bacias sedimentares espalhadas por toda a
área que hoje é o Brasil. Os principais sítios paleontológicos estão nas
seguintes regiões: Chapada do Araripe (CE); Sousa (PB); Recife (PE); Alcântara e São Luís (MA); Tesouro e Morro do Cambambe (MT); Prata ePeirópolis (MG); Araraquara, Marília, Monte Alto, Presidente Prudente e Álvares
Machado (SP); Candelária e Santa Maria (RS).
Em 2009 foram descobertos na região de
Marília,SP, os primeiros fósseis de um dos mais completos titanossauros já
achados no País. Escavações realizadas em 2011 e neste ano por paleontólogos
do Museu de Paleontologia de Marília,
Universidade de Brasília, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade Federal do Rio de Janeiro e Fundação Educacional de Fernandópolis
(SP) revelaram boa parte da coluna vertebral articulada, principalmente
vértebras das costas e do pescoço, ossos da bacia, quase todas as costelas,
diversas vértebras caudais, os dois fêmures, um úmero, além de dentes de crocodilianos
e dinossauros terópodes. Estima-se que mediria entre 13 e 15 m de comprimento.
Fósseis de Plantas:
Cicas:
As
cicas são um grupo de plantas que existem desde a época dos dinossauros.
Comparando as espécies atuais com os registros fósseis, os cientistas nunca
acharam grandes diferenças e, por isso, acreditavam que as plantas ainda fossem
as mesmas de centenas de milhões de anos atrás.
Uma pesquisa publicada pela Science nesta
quinta-feira (20), no entanto, desfaz a imagem de que essas plantas seriam
“fósseis vivos”.
O grupo responsável pelo estudo é
liderado por Sarah Matthews, da Universidade Harvard, nos EUA, e conta com a
presença do brasileiro Tiago Quental, da Universidade de São Paulo (USP).
Eles analisaram o DNA das plantas atuais
e chegaram à conclusão de que elas não têm mais que 12 milhões de anos – a
maior parte delas tem entre 5 milhões e 10 milhões.
“Neste estudo utilizamos tanto sequências
de DNA quanto o registro fóssil para construir o que é chamado de cronograma –
uma filogenia onde os comprimentos dos ramos é proporcional ao tempo. Esse
cronograma – essa filogenia – nos permite ‘voltar no tempo’ e identificar
quando as espécies evoluíram”, conta Quental.
“Os resultados mostram que o ancestral
comum das espécies que compõem cada um dos gêneros estudados não é mais velho
do que cerca de 10 milhões de anos. Dessa forma, esse resultado mostra que as
espécies vivas hoje surgiram nos últimos 10 milhões de anos, o que, no tempo
geológico, é muito recente”, explica o especialista.
Isso indica que as espécies vivas hoje
não podem ser consideradas ‘fósseis vivos’ e que certamente não estavam
presentes ao mesmo tempo que os dinossauros, uma vez que estes se extinguiram
há cerca de 65 milhões de anos. Isso não quer dizer que não existiam cicas no
tempo dos dinossauros. O que isso quer dizer é que todas as cicas que
coexistiram com os dinossauros estão extintas e hoje temos outras espécies.
Dessa forma, temos que enxergar as cicas hoje como um grupo que se
‘re-diversificou’, prossegue Quental.
Um outro resultado importante do trabalho
é que essa ‘re-diversificação’ das cicas nos últimos 10 milhões de anos ocorreu
de forma sincronizada em todo o nosso planeta, o que sugere que um efeito
global poderia ter causado esse padrão, provavelmente um efeito climático”,
conclui o pesquisador. (Fonte: G1)
Hepática moderna:
Buenos Aires: Uma equipe de cientistas
argentinos e belgas descobriram no noroeste da Argentina um fóssil de 472
milhões de anos de idade da primeira planta a crescer em terra, disse um dos
investigadores.
Até o momento, os cientistas acreditavam
que a primeira planta terrestre havia se desenvolvido há cerca de 462 milhões
de anos atrás no Oriente Médio e Europa, mas a nova descoberta moveria essa
data para trás no tempo por "cerca de 10 milhões de anos", de acordo
com Susana de La Puente , que trabalha com o Instituto Argentino de neve, gelo
e Pesquisa Ambiental.
Os cientistas descobriram os esporos
fossilizados da planta primitiva, chamada "criptosporos", e eles
acreditam ter uma boa evidência de que a planta - uma hepática, ou seja, uma
planta muito simples, que carece de caules ou raízes - é o antepassado de todos
as plantas terrestres que evoluíram mais tarde.
A investigação, que foi tornada público
apenas na revista científica New Phytologist, começou em 2002 com a coleta de
sedimentos da bacia do Rio Capillas, cerca de 1.500 km a noroeste de Buenos
Aires.
Nas amostras de sedimentos os cientistas
encontraram fósseis de cinco tipos de esporos de cinco hepáticas diferentes,
todos elas plantas terrestres, e as análises laboratoriais foram concluídas
este ano.
Os cientistas consideram que a hepática foi
a primeira planta terrestre a evoluir a partir de plantas que cresciam no mar.
Glossopteris :
Glossopteris (do grego glossa,
significando "língua", porque as suas folhas tinham este formato
assemelhado ao de uma língua) é o maior e mais conhecido gênero da extinta
ordem de samambaias com sementes conhecidos como Glossopterídeas. Por muito
tempo considerados samambaias depois de sua descoberta em 1824, mais tarde
foram incluídos entre as gimnospermas. O gênero está colocado na divisão das
Pteridospermatófitas.
Glossopteris eram árvores ou arbustos
lenhosos e portadores de sementes, de 4 a 6 metros de altura. Elas possuíam um
interior de madeira mole que se assemelhava com as coníferas da família das
atuais araucárias. Sementes e órgãos portadores de pólen nasciam em pinhas na
ponta de pequenas hastes presas nas folha. Ainda assim, algumas espécies podem
ter desenvolvido sementes em estruturas parecidas com cones. As folhas podiam
exceder 30 cm de comprimento.
As Glossopterídeas se desenvolveram
durante o Permiano no grande continente meridional de Gondwana. São
consideradas um fóssil guia mundial para as sequências gondwânicas e o
principal conteúdo fossilífero dos carvões permianos, que são extraidos na
Austrália, África do Sul e América do Sul. Estas plantas continuaram a se
tornar parte dominante da flora meridional por todo o período Permiano até o
começo do Triássico, entretanto se extinguiram no final deste período.
As Glossopteris tinham a copa parecida
com uma árvore de natal. Ao invés de agulhas, elas tinham folhas largas e
enormes com o formato de lança ou língua que caíam no chão no final do verão.
Não é sabido se as folhas trocavam de cor antes de cair mas é bem provável que
sim. Os anéis fossilizados das árvores do gênero indicam que elas cresciam
constantemente no verão e paravam de crescer abruptamente no inverno.